REFLEXÕES
SOBRE O ENSINO DE HISTÓRIA: DESAFIOS, FONTES E ESPAÇOS
Ensinar história é um desafio. Visto os últimos
acontecimentos políticos e sociais do nosso país, refletimos se nós,
professores das humanidades, falhamos na tentativa de praticar um ensino mais humano,
com sentido social e que relacionasse o passado-presente de forma que
pudéssemos aprender com os erros de outrora. Praticar um ensino voltado para a
produção de conhecimento na formação de aluno, comprometidos em discutir e transformar
a realidade por si já se coloca em um desafio, especialmente em um contexto
educacional brasileiro de tamanha precariedade. Dado o teor de profundidade que
esta discussão demanda, esclarecemos que não é intenção desta comunicação
discutir se falhamos ou onde falhamos. Mas, ao contrário, temos por objetivo atentar
para a forma que o ensino da história vem sendo desenvolvido e que em pouco
parece estar dialogando com as atuais necessidades sociais brasileiras.
Busca-se, portanto, dialogar sobre os problemas do ensino da história,
atentando para a utilização de fontes e espaços informais de ensino, na
tentativa de contornar ou amenizar uma educação que já não contempla as
necessidades sociais do país. Nesse sentido, já foi colocado em xeque um ensino
da história positivista e conteudista (tradicional).
Hoje, ensinar história se torna um problema visto o tamanho do
retrocesso, onde proliferam grupos que pedem a volta deste ensino dito tradicional,
onde sobram conteúdos, datas e fatos e faltam problematizações, diálogos
interdisciplinares, visão crítica e leitura de mundo. Mas o desafio não é
apenas superar os retrocessos recentes que vêm ganhando espaços por meios de
grupos políticos, tendo como um dos mais conhecidos expoentes, os atuais
debates sobre o que se chama, erroneamente, de “escola sem partido”. O desafio reside
também nas práticas pedagógicas. Na utilização das novas fontes e abordagens que
vêm surgindo e que muitas vezes não estão contempladas na formação docente dos
novos professores. Não apenas as fontes, mas os espaços informais de ensino da
mesma forma configuram-se em um problema àqueles que entram na sala de aula sem
a formação adequada que as licenciaturas deveriam, ao menos, esforçar-se mais
para oportunizar. Assim, reforçamos que se pretende discutir as formas de
ensinar história na atualidade por meios de diversos eixos de análise, seja
abordando as diferentes fontes e espaços de ensino, ou seja dialogando sobre a forma
que isto contribui para o enriquecimento e qualificação de uma educação que se
mostra cada vez mais precária. Seja ainda pela formação ineficiente ou pela
falta de retorno e investimento público no sistema educacional brasileiro.
Encontra-se enraizado no imaginário popular um ensino da
história que aborda datas, personagens e que seja factual, e, talvez por isso,
seja tão difícil estabelecer uma relação mais próxima com a história, fazendo o
estudante sentir-se parte da sociedade que estuda e não apenas um longínquo
expectador. Estabelecer pontes e ligações entre o passado e o presente é uma
função mais do que necessária para que o ensino faça sentido, atuando na realidade
da comunidade escolar. Posto isso, temos o primeiro desafio. Compreender a
história é fazer o aluno conhecer a sua própria realidade, é fomentar nesse
aluno o espírito crítico que fará as transformações possíveis no meio que o
cerca. Essa criticidade que se busca fomentar nos alunos é referente a
possibilidade de que eles sejam capazes de fazer diferentes leituras e
interpretações sobre os fatos históricos e contextos, compreendendo as
transformações sociais, políticas, culturais e econômicas que cada momento
exigiu em frente ao contexto vivenciado. Observando ainda de que modo os
resultados do passado influenciam a forma de viver e pensar que hoje condiciona
a vida de todos.
Assim, fazer o aluno criar identificação e pertencimento com
a história não é uma tarefa simples, nem ao aluno, nem ao docente. Um destes
problemas encontramos no processo de criação dos programas disciplinares. Muito
professores têm dificuldade de abrir mão da segurança que a cronologia
tradicional propicia, montando seus programas na base, a exemplo da história do
Brasil, seguindo a linha temporal Colônia, Império e República, através de uma
extensa lista de conteúdos e sem se permitir um ensino que parta também da análise
das estruturas. O que por si já possibilitaria um ensino mais amplo e rico,
colaborando para entender as estruturas sociais por diferentes eixos: político,
social, cultural, econômico, etc. Ao optar por um programa mais “seguro” na
disciplina de história termina por dificultar ainda mais a conexão
passado-presente, empobrecendo o aprendizado. Sobre o papel do professor na
sala de aula, temos, pois, nas palavras de Maria Auxiliadora Moreira dos Santos
Schmidt (2004) a seguinte observação:
“O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas.” (SCHMIDT, 2004, p. 117).
A utilização de fontes diversas no ensino da história é um
elemento fundamental para a qualificação do aprendizado, pois é a partir dessa
diversidade de fontes que se possibilita que o aluno não tenha uma visão
parcial da história. Saber ler diversas fontes é um dos quesitos básico do
ensino. Hoje, mais do que ensinar o conteúdo, é preciso ensinar os alunos a
ler. Sejam as imagens, os documentos, os mapas, os artefatos, os objetos, o museu,
o recado televisivo. Ler é talvez o mais importante debate que se deve fazer
com os alunos. O que eles entendem quando estão trabalhando com uma fonte, como
por exemplo uma fotografia? O professor, visto aqui como o mediador entre o
ensino e a aprendizagem, deve ter a função de construir junto ao aluno as
diferentes possibilidades de leitura do mundo. Ler o mundo com o maior número
de lentes possíveis se configura em um duplo desafio. Provoca o educador a
vencer as dificuldades no ensino, sejam devido a sua própria formação
inadequada ou então apontar caminhos para encontrar formas de contornar as
deficiências escolares brasileiras, sejam elas pela infraestrutura, falta de
material ou incentivo. Visto ainda que, muitas vezes, é o próprio professor que
precisa primeiro descobrir novas lentes de leituras antes de poder ser o
mediador de um ensino mais qualificado. Sobre as singulares linguagens no
processo de aprendizagem, atenta-se que: “Ao incorporar diferentes linguagens
no processo de ensino de História, reconhecemos não só a estreita ligação entre
saberes escolares e a vida social, mas também a necessidade de re(construirmos)
nosso conceito de ensino e aprendizagem”. (FONSECA, 2004, p. 150).
A utilização de variadas fontes em sala de aula aponta uma
série de questionamentos sobre o preparo docente. Para trabalhar com fontes é
preciso um amplo conhecimento sobre seus diversos usos e as suas limitações,
especialmente sobre o contexto em que foi elaborada, sua relação com o tema
ensinado, quem a elaborou, qual sua função na época de sua criação e as
circunstâncias em que foram utilizadas. Para isso é necessário se questionar: Qual
o letramento histórico alcançado pelos
alunos? Por uma determinada turma? Essas questões possibilitam ao professor
fazer recortes das fontes e métodos a serem utilizados. É preciso equipar o
aluno com as ferramentas relevantes para que ele consiga problematizar as
fontes, bem como dialogá-las com o contexto compreendendo a relação
passado-presente. Sendo este um rito imprescindível para a investigação e
produção do conhecimento. Fato este que fortalece enormemente o processo de
aprendizagem, tornando o aluno um produtor do conhecimento, um crítico do seu
contexto e um leitor de um leque de possibilidades de fontes e recursos. Nesse
sentido, Fernando Seffner (2011) considera que as aulas de história têm como
função:
“[...] a produção de saberes de natureza histórica que façam sentindo aos alunos, que sirvam para que eles se indaguem acerca de sua vida social e familiar, de seus relacionamentos, de seus valores, de sua história enfim. Podemos dizer que o objetivo de uma aula de história é a realização de aprendizagens de conteúdos, conceitos, métodos e tradições que lhes sirvam para entender de modo mais denso o mundo em que vivem”. (SEFFNER, 2011, p. 213).
Algumas possibilidades na sala de aula que tornam o ensino
mais palatável aos alunos, hoje bombardeados de informações cada vez mais
aceleradas e que vivem em descompassos com livros didáticos e o ensino “tradicional”,
é a utilização de recursos como a interdisciplinaridade. Especialmente por meio
de projetos conjuntos com diferentes áreas do saber. A interdisciplinaridade há
alguns anos passou a ser contemplada pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs) visando um ensino que dialogasse diversas áreas
do conhecimento contribuindo para uma visão mais plural da sociedade, e não um
ensino isolado no seu campo. Observa-se que: “[...] a
interdisciplinaridade implica, portanto, alguma reorganização do processo de
ensino/aprendizagem e supõe um trabalho continuado de cooperação dos
professores envolvidos”. (POMBO, 1993, p. 13). O uso da interdisciplinaridade
pode servir ao professor como um catalisador para explicar por diversas
perspectivas a matéria ministrada. Assim, a palavra interdisciplinaridade vem
sendo utilizada como: “[...] sinônimo e metáfora de toda interconexão e
“colaboração” entre diversos campos do conhecimento e do saber dentro de
projetos que envolvem tanto as diferentes disciplinas acadêmicas, como as práticas
não científicas que incluem as instituições e atores sociais diversos”. (LEFF,
2000, p. 22). A variedade
de fontes e a interação das áreas permite uma visão mais ampla de entendimento sobre
determinados conteúdos, e a forma de relacioná-los à realidade
do discente. Um simples exemplo disso seria estudar a história do Rio Grande do
Sul através da sua relação com outras disciplinas, especialmente as
especificidades geográficas e culturais, pelo olhar da sociologia, pela música,
alimentação, que podem ser estudadas tanto pelas lentes da história quanto de
outras áreas. O conjunto destes aspectos ajudaria a compreender a formação
social e política, e suas peculiaridades em relação aos países vizinhos e ao
restante do Brasil.
Considerando o papel das imagens, especialmente na
vida escolar nos últimos anos, ocorreram diversas mudanças na forma de
abordagem das mesmas. Os livros didáticos têm alterado sua
forma de apresentar as imagens, pois antes elas eram usadas apenas como meios
ilustrativos de determinado tema. Hoje é possível encontrar diversas atividades
que usam as imagens, charges, fotos, pinturas como fontes que representam o
passado. Componente que contribui para um ensino mais plural, ao menos no
quesito interpretação de fontes. O alfabetismo visual fomenta o hábito de
vincular as imagens à nossa rotina, despertando assim o olhar para interpretar
esses símbolos que nos cercam a todo instante. Usar as imagens no ensino
oportuniza que os alunos possam fazer leituras cada vez mais amplas do seu
próprio contexto, uma vez que na atualidade as imagens permeiam as vivências
diariamente. Não seria exagero afirmar que vivemos em um mundo visual, onde as
imagens narram fatos, acontecimentos, ditam modas, modos de ser e estar no
mundo, influenciam as práticas cotidianas e, principalmente, as de consumo.
Utilizar imagens no ensino da história requer um amplo
conhecimento sobre a capacidade cognitiva de cada turma. Além dos cuidados com
a fonte em si, tais como, quem a produziu? Porque o fez? Qual o contexto? Qual
a sua função? É preciso ter a sensibilidade de perceber se a turma a qual será
ministrada a disciplina está apta para trabalhar com a fonte escolhida. Para
isso, a bagagem que o aluno carrega e o seu conhecimento prévio são
indicativos, mas são também fundamentais como ponto de partida para estimular a
leitura imagética. A leitura visual e a cognição de uma turma de quinto ano se
difere muito de uma turma de nono ano. Assim, deve-se atentar para a escala de
complexidade de cada nível escolar. No entanto, quando bem utilizado este
recurso favorece o desenvolvimento de diferentes habilidades, além de tornar o
ensino mais dinâmico e atrativo. Hoje seria uma negligência do professor não
explorar esse tipo de fonte, pois a realidade dos alunos está mergulhada em
imagens que eles contemplam cotidianamente. Nos celulares, nas redes sociais, nos
filmes e séries, nos videoclipes, nos jogos, nas fotos, na publicidade. O
fenômeno imagético que ganha mais espaço a cada instante pode ser um recurso
relevante para o professor desenvolver senso crítico nos alunos e ajudá-los a
filtrar as imagens pelas quais são expostos todos os dias.
As imagens são os recursos escolhidos deste texto para
exemplificar as múltiplas possibilidades que a utilização de fontes permite ao
professor. Temos, portanto, como exemplo o período medieval. A historiografia
já vem quebrando estereótipos deste período, principalmente por não o considerar
mais como a “idade das trevas”. A Idade Média configura-se em um período que
povoa os imaginários. A ela encontra-se relacionada dois pontos principais no
imaginário, seja estudantil ou popular: A influência do papel da igreja e a
vida nos grandes reinos, nos castelos, as donzelas, príncipes e princesas. Este
último, especialmente trazendo uma visão romantizada que muitas vezes é
estimulada pelas produções cinematográficas e literárias. Nesse caso, o
professor pode e deve usar esse conhecimento prévio para descontruir
estereótipos e problematizar questões estruturais muito mais profundas do
período. Abordando o legado cultural, arquitetônico, educacional, filosófico e
comportamental que floresceu no período medieval.
A exemplo disso, usar as iluminuras, os textos de Agostinho
de Hipona (Santo Agostinho), analisar a arquitetura, a grade escolar, os
cânticos religiosos e as pinturas e tapeçarias produzidas nesse período.
Aprofundar estudos e atividades extraclasse sobre as canções trovadorescas são formas
de construir um ensino interdisciplinar. Além de discutir fontes variadas que
ajudam a ler o contexto, quebrando assim, a perspectiva do ensino baseado apenas
nos grandes marcos históricos. Seguindo o exemplo da análise das canções trovadorescas,
que floresceram na Alta Idade Média, oportunizam conhecer canções que exaltavam
heróis e atos de grandeza, construindo as epopeias medievais. Como exemplo de
trovadorismo temos as obras de Don Diniz I, de Portugal. São hoje fontes que
podem ser abordadas ao longo do ensino do medievo para estudar o imaginário, a
linguagem, a cultura e a sociedade em si. Outro exemplo interessante para se
trabalhar este período buscando descontruir estereótipos é através do cinema.
Os filmes, quando utilizados como fontes, devem ser problematizados e
considerados mediadores da produção de conhecimento. José Rivair Macedo (2003)
considera o cinema como recurso pedagógico para o ensino:
“Para o contato com o universo medieval em sala de aula, convém repensar a própria linguagem. Nada mais estranho do que valer-se exclusivamente do escrito para se ter acesso ao modo de vida de uma época em que a maioria das pessoas era analfabeta. Por isso, houve quem defendesse tratar-se a Idade Média de uma “civilização dos gestos”, ou de uma “civilização da palavra e da voz”. Um bom caminho para se compreender essas proposições é, segundo pensamos, explorar no ensino outras possibilidades de comunicação, como a imagem e a oralidade”. (MACEDO, 2003, p.118).
No caso da Idade Média, filmes como Rei Arthur, Cruzada ou Em
nome da Rosa, são opções com vastas vias de possibilidades de
problematização e atividades interdisciplinares. Partem da construção do
conhecimento por meio do estudo das mentalidades, da vida cultural, social e
cotidiana. É possível compreender esses filmes relacionando-os à literatura, as
vestes, a geografia, aos aspectos étnicos, artísticos, políticos. Os filmes,
embora sejam produzidos com uma determinada intenção e por muitas vezes
carregados de erros históricos, trazem o debate sobre a representação e a visão
que atualmente temos dos períodos passados. Servem para descontruir e
problematizar, estimulam a criatividade e o debate. Nesse caso, essa fonte se
faz rica em potencialidades para explorar no ensino da história.
Este é apenas um dos muitos exemplos na abordagem de fontes
sobre essa temática que reside tanto na criatividade docente, quando na
necessidade educacional de renovar o ensino, criando condições de diferentes
possibilidades em sala de aula. No entanto, seguindo este raciocínio, os
espaços informais de ensino também entram em pauta. É mister que esses espaços crescem em importância na educação, em
especial no ensino da história e das ciências. Os museus, os centros
científicos, os teatros, são espaços que possibilitam um grande conhecimento
sobre o passado por meio de uma vivência diferenciada. Mas, o desafio, neste
caso, reside na dificuldade - tratando-se aqui dos museus em específico - em não
usufruir deles como lugares de passeio e diversão, mas mediar a visitação para
que ela seja proveitosa para os alunos e contribua no processo de aprendizagem.
Assim, é necessário elaborar um roteiro prévio, mediar a visitação e trabalhar
após esta etapa com os alunos. Construir atividades, projetos, debates, o que
foi mais significativo para os estudantes, em que eles se reconhecem ou não nos
objetos visitados. Qual a referência do contexto com passado nesses objetos,
tal qual foi sua importância no contexto utilizado, bem como seu vínculo com o
presente. Essas são questões que devem estar presentes quando da saída de campo
em um espaço informal de ensino. Os museus são pontes que aproximam os alunos
do conhecimento. Muitas exposições atualmente são interativas e bastante
dinâmicas. Fato que torna o aluno não apenas um mero observador curioso, mas também
atuante na produção deste conhecimento, mobiliza o aluno a entrar em um novo
mundo cheio de possibilidades e de entender melhor as culturas diferentes da
sua.
O museu é o espaço que guarda o patrimônio e é também um
local que possibilita compreender diversos processos, entre eles artísticos,
históricos, culturais. Como as sociedades do passado viviam e se organizavam,
as distintas culturas e seu modo de vida peculiar. Dessa forma, visitar esses
espaços ajuda na prática o desenvolvimento da cidadania. Cada artefato no museu
conta uma história, lembrando que eles também fazem parte de um recorte, de uma
escolha consciente, que perpassa pela ação política e social de seu organizador/espaço.
Longe de ser o lugar das “velharias”, do monótono e do que não faz sentido, os
museus vêm se reinventando e propondo atividades inovadoras com os grupos
escolares. Mas, cabe ao professor ser o mediador desse espaço. Propor
atividades, projetos, atraindo os alunos para essa rica experiência social e
cultural, estimulando-os a ter novas vivências. Esses lugares de memória – museus, arquivos e outros – que vêm
crescendo consideravelmente, favorecem as atividades educativas em espaços
informais de ensino. Além disso, são excelentes pontos de interdisciplinaridade.
Como exemplo temos os museus de ciência e tecnologia que buscam desenvolver o
diálogo com quase todas as áreas do conhecimento. O museu é um ambiente plural
e deve ser explorado pelos docentes como uma forma de estimular e dar sentido ao
patrimônio cultural da sociedade. Usando das exposições para criar vínculos e
relações entre passado e presente, entre a herança que a geração passada deixou
e a importância de preservar esse legado. Uma atividade possível seria o professor
propor criar um espaço de memória na escola. Muitos artigos na área da educação
já abordam a experiência desta atividade com sucesso. Onde os alunos são os
agentes produtores dos artefatos, levando os objetos e construindo juntos uma
memória da comunidade.
Considerações Finais
Face a esta breve exposição, pensamos que é
possível colocar diante dos docentes um grande desafio: estimular o aluno a ter
uma ampla compreensão da realidade por meio do ensino da história, e retirá-los
da inércia e desmotivação que parece ser um quadro contagioso em alguns espaços
educacionais. O professor é um intermediário do conhecimento e deve apresentar
as mais variadas possibilidades de ensino. A interdisciplinaridade é um dos
componentes que intensifica, especialmente através de projetos com outras
áreas, um ensino da história mais eficaz no dia a dia escolar. Estimulando a
reflexão para os problemas sociais da comunidade que estão inseridos; nutrindo
a criatividade pedagógica e o senso de cidadania.
Para vencer os muitos problemas que o
ensino instiga, trabalhar novas abordagens e novas fontes, usufruir de todas as
possibilidades teóricas e metodológicas que se enquadrem nas competências a
serem desenvolvidas nos alunos durante a ministragem de um conteúdo de história parece ser um início. As
habilidades que o aluno deve desenvolver vão muito além do aprendizado da história,
mas o exercício de ler diversas fontes, dialogar e compreender a história
relacionada as demais disciplinas, entender não aspectos e marcos temporais e
factuais, mas compreender os processos históricos e as suas consequências.
Observando de que modo é possível aprender com os erros do passado para
transformar a própria realidade e as mudanças vindouras. Ser professor no Brasil
por si já é talvez o maior desafio. Pela falta de investimento e pela falta de
valorização que decorre de todos os setores de nossa sociedade. É um desafio
fazer tanto com tão pouco: tão poucos recursos e estímulos. Mas, a luta do
ensino de qualidade será o grande resultado das transformações que mudam a
realidade dos nossos alunos e as nossas próprias enquanto docentes. Qualificar
o professor e o ensino, não apenas o das humanas, mas o ensino em todas as
perspectivas, áreas e direções, se coloca como uma das grandes resistências que
os educadores, frente ao desamparo e aos últimos ataques que vêm sofrendo,
podem e devem escolher fazer.
Referências
Cyanna
Missaglia de Fochesatto Doutoranda em História pela Unisinos, onde é bolsista
CAPES. Possui graduação em História pela PUCRS; é especialista em Estudos
Culturais nos Currículos Escolares Contemporâneos na Educação Básica pela
UFRGS; e mestre em História pela Unisinos. Possui interesse na área da
educação, ensino e história cultural. E-mail: cyanna.mf@gmail.com
FONSECA, S. G. Didática e Prática de Ensino de História: Experiências, reflexões e aprendizados. Campinas, São Paulo: Papirus Editora, 2004.
LEFF, E. Interdisciplinaridade em ciências ambientais. São Paulo: Signus Editora, 2000.
MACEDO, J. R. Repensando a Idade Média no Ensino de História. In: KARNAL, L. (org.) História na Sala de Aula: Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2003.
POMBO, O. O Conceito de Interdisciplinaridade e Conceitos Afins. In: POMBO, O.; GUIMARÃES, H. M.; LEVY, T. A Interdisciplinaridade: reflexão e experiência. Lisboa: Texto Editora, 1993.
SCHMIDT, M. A. A formação do professor de história e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, C. O saber histórico na sala de aula. 9.ed. São Paulo: Contexto, 2004.
SEFFNER, F. Saberes da docência, saberes da disciplina e muitos imprevistos: atravessamentos no território do ensino de História. In: PADRÓS, E. S.; PEREIRA, N. M.; BARROSO, V.; GEDOZ, S. (Org.) Ensino de História: desafios contemporâneos. Porto Alegre: Evangraf, 2011.
Bom dia! Após a leitura do seu artigo, com relação aos desafios e fontes, eu quero saber a sua opinião se o professor de História encontra-se apto a levantar novas fontes na análise do passado, depois do advento dos meios digitais?
ResponderExcluirAtenciosamente,
Denise Frigo
Bom dia,
ExcluirPrezada Denise,
Muito obrigada pela leitura e pela questão. Realmente os meios digitais vieram para colaborar com o levantamento e produção de fontes, embora como em tudo que se refere à pesquisa é necessário ter alguns cuidados, mas não vejo os meios digitais como empecilhos para o historiador levantar novas fontes, penso, ao contrário, que ambos podem e devem ser usados em conjunto quando possível. A busca por vestígios do passado que contribuam como a construção do conhecimento deve estar sempre em movimento por meio do constante exercício de investigação e certamente os meios digitais não impedem que essa busca se resuma apenas as possibilidades digitais. Ainda que apesar das infinidades de possibilidades que a internet possibilita ao pesquisador, temos por exemplo um crescente número de trabalhos com fontes orais, pesquisas em desenvolvimento partindo da análise de artefatos arqueológicos, museológicos, etc. Caso tenha mais interesse nessa relação entre a história e o uso de fontes digitais recomendo buscar os artigos publicados pelo Dr. Fábio Chang de Almeida (UFRGS) que aborda – com muito mais propriedade do que eu – esta temática. Espero ter respondido sua questão.
Um abraço e boa semana.
Cyanna Missaglia de Fochesatto.
Lendo seu artigo pensei na nova reforma do ensino médio e no papel pouco definido de alguns graus de ensino em nosso sistema educacional. Essa indefinição ao meu ver se dá pela presença ainda persistente, e embora em mudança, do vestibular. Ele, de certo modo, “guia” algumas das abordagens históricas fazendo com que os professores de história do ensino básico, se deixam cair nessa “inercia dos espaços educacionais”. Para além do que foi colocado por você, não terem uma formação com qualidade, nem uma valorização em todos os aspectos contribui e muito para isso, porém não se pode esquecer das resistências e dos modelos não tracionais de educação que existem. Posto isso, gostaria de saber da autora seu posicionamento frente essa nova reforma do ensino médio e do próprio vestibular e suas consequências nas abordagens sugeridas.
ResponderExcluirEduardo Norcia Scarfoni
Bom dia,
ExcluirPrezado Eduardo,
Muito obrigada pela leitura e pela questão. Trouxeste dois pontos importantes e, do meu ver, nevrálgicos no ensino.
Confesso que como muito dos meus pares estamos atentos e preocupados com as reformas do ensino médio, bem como todo o rumo político que o país vem tomando - em especial - nos dois últimos anos. O próprio fato da reforma do ensino médio ter sido apresentada como Medida Provisória ano passado, sem debates e diálogos com educadores e sociedade civil, já a desqualifica do ponto de vista educacional. Muito mais do que as mudanças podem trazer de avanços, os retrocessos são patentes, como a aceitação do “notório saber”, questionável e perigoso se usado por lideranças políticas e religiosas; o aumento significativo da carga horária em uma estrutura sucateada e em decadência, que não apresenta um modelo coerente de implantação; 40% de disciplinas optativas, deixando lacunas no ensino das humanas. Além disso, atualmente ocorre a proposta de que 40% do ensino médio seja feito EAD. Considerando os desafios já apontados no artigo e demais problemas do ensino, vejo essas propostas se afastando cada vez mais de um ensino que ajude a diminuir as diferenças e trazer avanços sociais, mas, ao contrário, parece que os amplia. Nesse quadro, visto que a educação pode ser entendida enquanto mercadoria, em especial no ensino privado que oferece a aprovação no vestibular - especialmente em Universidades Federais -, como atrativo aos pais e alunos para ingresso em suas escolas, é um modelo que permanece em destaque no ensino privado. No entanto, embora esse modelo venha sendo lentamente questionado, onde a entrada no ensino superior passa a oferecer outras portas de ingresso, observa-se uma resistência as mudanças em função de uma submissão ao modelo do vestibular enquanto vertente de renda em troca da aprovação como atrativo educacional. Esse modelo engessado lentamente vem sendo debatido por diversos setores, mas certamente é alvo de justificativa para aqueles que aplicam um “ensino tradicional”, atrasando o desenvolvimento de uma educação mais humana, crítica e reflexiva.
Grata por essa reflexão e pela questão!!
Um abraço, bom evento e boa semana.
Cyanna Missaglia de Fochesatto
Cara Cyanna, Saudações.
ResponderExcluirO texto sobre ensino de história faz jus ao titulo de “reflexivo”, pois a reflexão é necessária em especial nesses tempos de internet e mídias sociais, que facilitaram o nosso trabalho como historiadores no que tange a acesso a textos, documentos, iconografia e toda a gama de materiais para consulta; mas ao mesmo tempo contribuiu para que tantas outras pessoas, muitas sem nenhuma qualificação, se sintam capacitadas para ditar os rumos da educação brasileira e, em particular, o ensino da história que grande parte dos defensores do “ensino tradicional” desconhece. É um desafio crescente e cada vez mais complexo de ser superado muito em razão dos motivos já citados no artigo.
Entendo que devamos trabalhar com as diferentes ferramentas que possibilitem aos alunos a capacidade de compreenderem que eles também fazem parte da História. Terem compreensão de que a História não é algo distante, cadavérico e que cada dia de dia deles histórias estão sendo construídas: a deles próprios e que ela afetará de alguma maneira o ambiente e a sociedade em que vivem.
Foi oportunamente citado no texto o exemplo dos museus como instrumento de ensino da história, através das várias que os objetos ali expostos têm para contar. Quero tirar uma dúvida a respeito do uso de uma ferramenta, um ambiente (no qual eu trabalho) que entendo ser possível seu uso no ensino de história aliado com o entretenimento: Um parque Zoológico.
Ao longo dos anos eu percebi que há essa possibilidade de uso desse ambiente para mostrar como existem várias ramificações de história a serem trabalhadas envolvendo entretenimento (a razão principal dos parques e Zoológicos surgirem), biologia, preservação ambiental, turismo e economia.
No que tange a construção de um elo entre os alunos que visitarão esse ambiente e a importância da preservação do mesmo devemos levar em consideração que a maioria dos alunos é de escola pública e localizada em comunidades carentes de equipamentos públicos que possibilitem melhores condições de vida para as pessoas, muitas delas pais ou responsáveis por esses alunos. Acredito que história e meio ambiente são construídos por todos nós diariamente e cabe a nós querer compreender como eles estão presentes em nossas vidas. História como foi bem relatado não é apenas de nomes, datas e grandes acontecimentos históricos; meio ambiente não se trata apenas de fauna e flora, ambos os “pré-conceitos” dificultam na aproximação dos alunos na interação com esses dois campos que fazem parte das vidas deles e um desafio para professores que desejarem trabalhar essa conscientização sobre a relevância do papel de cada um desses alunos na preservação do meio ambiente, no qual eles estão inseridos.
Depois de toda essa minha explanação a minha pergunta é: Podemos dentro das (im)possibilidades encontradas no ambiente escolar usarmos a História como material para construção de uma identificação dos alunos com o meio ambiente tendo, por exemplo, visitações a Zoológicos como ingrediente na nessa construção?
Desde já agradeço pelas atenção e oportunidade de participação nesse debate.
Hércules Barbosa de Lima
Boa tarde,
ExcluirPrezado Hércules,
Agradeço a leitura, a questão e esta reflexão. Achei maravilhoso explorar as potencialidades do uso deste espaço como ponte para trabalhar questões relacionadas à História Ambiental. Eu ainda não havia pensado no parque Zoológico como espaço para o ensino da História. Para veres que por mais que avançamos, sempre esbarramos nas nossas próprias limitações.
Tentando responder a sua pergunta, eu acredito que sim, as visitações ao Zoológico podem ser trabalhadas pela história focalizando o meio ambiente, visto que a educação ambiental é contemplada pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Assim, creio que isso não possa e não deva ser uma atividade apenas da história, mas, sim, deverá ser trabalhada dentro de um viés multidisciplinar, sendo essa a chave para o sucesso da relação entre história e meio ambiente através das atividades no Zoológico. Acredito ser importante, inclusive, que uma atividade nesse sentido possa problematizar o estereótipo deste espaço ser visto como uma “vitrine de animais”, mas tornando-o um local cheio de potencialidades para um ensino dinâmico e diferenciado. Mesmo com todas as dificuldades enfrentadas pelas escolas publicas, essa “sala viva” que o zoológico propicia já romperia com o tradicional e enfadonho ensino da história.
No mais, te convido a falar um pouco da tua experiência no Zoológico e se tens projetos para trabalhar com as turmas de história.
Obrigada pela leitura e uma ótima semana
Um abraço.
Cyanna Missaglia de Fochesatto
Boa noite Cyanna Missaglia como você percebe a historia local como construção da consciência histórica e a possibilidade da utilização das fontes como representações do seu autor?
ResponderExcluirBoa tarde,
ExcluirPrezada Ana Paula,
Penso que o uso da história local traz muitos desafios.
Cada comunidade possuiu suas próprias histórias, características, personagens e espaços diferenciados, e estudar esse conjunto de elementos formadores da comunidade propicia uma oportunidade do aluno conhecer e identificar seu local de vida e sua função enquanto criador e parte desta comunidade. Desenvolver atividades onde eles possam ser os autores dos eventos do seu entorno, entrevistar, fotografar, pesquisar pode ser uma porta para motivá-los a se enxergarem enquanto agentes históricos. No entanto, a história local - no âmbito da historiografia - não é tão bem vista assim, por isso usar autores que tratam da história local como fonte de ensino pode ser uma possibilidade, desde que muito bem trabalhada, contextualizada e problematizada. Normalmente ela é elaborada pelos próprios membros da comunidade com quem possui laços afetivos, são produções romantizadas, feita por autores autônomos, que confundem sua trajetória pessoal com a da comunidade. O professor deve ficar atento a bibliografia usada pelos autores e suas fontes. Dessa forma, enquanto material utilizado pelo professor em sala de aula tem suas potencialidades, mas, desde que dialogue com as demais fontes e seja sempre problematizado.
Grata pela leitura e pela questão
Um ótimo evento.
Abraço.
Cyanna Missaglia de Fochesatto
Boa Noite!
ResponderExcluirProfessora, fui bolsista do PIBID e diante das suas reflexões não posso deixar de levar a discussão pro âmbito do programa. Como a senhora vê a experiencia do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) relacionada ao pensamento e uso de novas fontes no ensino de História? Visto que, um dos objetivos do programa é exatamente colaborar como um laboratório de novas práticas pedagógicas aos cursos de Licenciatura e, fazendo o contraponto, os nossos cursos de Licenciatura oferecem pouco, ou quase nenhum, contato prático aos futuros professores. Como, os estudantes dos cursos de licenciatura em História, podem criar durante a sua formação um laboratório para a aprendizagem do uso dessas novas fontes? Abraço!
Wedster Felipe Martins Sabino
Boa tarde,
ExcluirPrezado Wedster,
Muito obrigada pela leitura e pela questão.
Penso que o PIBID é uma das atuais políticas mais relevantes para as licenciaturas. Veio para dar experiência e oportunizar uma visão prévia do que espera os futuros professores. Colabora para diminuir o impacto da vivência escolar que muitos se deparam na primeira docência. O papel da entrada do PIBID também favorece a diminuição do abismo que atualmente temos entre a academia e a sala de aula.
Em relação ao PIBID e o uso de novas fontes no ensino vejo que as potencialidades são enormes. Os alunos do PIBID desempenham um papel que muitas vezes vai totalmente a contramão ao regente da turma, que em alguns casos está desmotivado e com dificuldades de romper o ensino tradicional. Sendo assim, vejo nos discentes do PIBID uma enorme ponte para motivar alunos e experimentar novas abordagens e alternativas didático-pedagógicas. Especialmente na utilização de jogos didáticos, fontes imagéticas, e criação de atividades dinâmicas.
O PIBID ajuda a suprir parte das carências que são postas nos desafios diários da docência. Fazer da sala de aula seu laboratório não tem outra forma do que se não arriscar, experimentar e vivenciar a realidade aprendendo com os erros e propondo soluções para o que não está funcionando. Cada experiência tem sua subjetividade e singularidade na elaboração e aplicação de atividades e na abordagem de temas, formando não um, mas múltiplos laboratórios de novas práticas pedagógicas.
Grata pela leitura e reflexão.
Uma boa semana
Abraço.
Cyanna Missaglia de Fochesatto
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO ensino de História deve levar os estudantes a uma leitura do mundo em que vivem. Deve servir para que consigam posicionar-se diante de fatos e não simplesmente reproduzirem o senso comum.
ResponderExcluirO uso de fontes nas aulas pode facilitar isso. No entanto, a desvalorização dos professores na educação básica, sua carga horária extensa, turmas super lotadas, levam a uma "desmotivação" ou mesmo falta de tempo e condições de pensar em novas fontes para o ensino.
A proposta da interdisciplinaridade é interessante.
Teria sugestões de projetos interdisciplinares que abordem as representações de gênero?
Janaína Jaskiu
Olá, Janaína,
ExcluirMuita obrigada pela leitura e pela questão.
Concordo com tudo que tu disseste, especialmente os problemas de todas as ordens que a educação enfrenta, causando impacto direto no desenvolvimento da aula e motivação dos professores. Penso que hoje trabalhar gênero na sala de aula é um grande desafio, tendo em vista os ataques dos setores conservadores que a escola vem sofrendo, sendo os mais significativos, atualmente, da chamada Escola Sem Partido.
Eu não tenho dicas de projetos interdisciplinares que abordem gênero para te passar, mas, para tentar ajudar um pouco, pensei em algumas atividades que possam ser aprofundadas e desenvolvidas. Talvez partindo da análise de imagens, músicas e literatura que sejam carregadas de machismo e senso comuns, ou que representem, por exemplo, mulheres em situações vexatórias e humilhantes. As músicas são um “prato cheio” para esse tipo de abordagem. Pode ser desenvolvido um trabalho que relacione a música, arte (representações das mulheres em capas e material publicitário destes artistas), geografia (pode mapear as regiões de maior violência de gênero) e história (contexto dos direitos e da situação das mulheres na sociedade brasileira). Acredito que seria uma atividade que ao menos poderia gerar um seminário de debate interessante. Outro exercício pode ser através da análise de filmes, como Mulan, desenvolvendo debates sobre questões de gênero também dentro da perspectiva da sociologia, da geografia, das artes, da história, relacionando a problematização do filme com aspectos sociais, culturais e geográficos do Oriente.
Se tiveres atividades que tenha desenvolvido na área pode também deixar o relato para trocarmos essas informações muito importantes.
Grata pela leitura
Um abraço
Cyanna Missaglia de Fochesatto.