A
EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS EM PLUTARCO
Embora tenha nascido no século I d.C., em plena época da
dominação romana sobre a Grécia, Plutarco se mantém fiel à tradição literária
de seus antepassados, pois seu modelo pedagógico contempla preceitos já
encontrados em Homero, Hesíodo, Aristóteles e outros. No entanto, será em
Platão que nosso autor irá buscar grande parte de sua inspiração para elaborar
sua concepção de educação. Como notou Frazier, Plutarco revela quatro virtudes
basilares para a formação de um homem virtuoso, são elas: a coragem, a
inteligência, a justiça e a temperança [in Frazier, 1996, p.173].
Três dessas virtudes, Plutarco já as prescreve em seu tratado “Como um jovem deve escutar poesia”,
no qual o aconselha a “escutar as declamações que o conduzam à coragem, à
temperança e à justiça” (30E). Quanto à inteligência, no prefácio à biografia
de Demétrio, o autor afirma:
“As mais perfeitas das artes são a temperança, a justiça e a inteligência, que são discernidas não somente pelas coisas belas, justas e úteis, mas também pelas nocivas, vergonhosas e injustas. Elas não consentem a inexperiência do mal que se vangloria da ausência de maldade, mas a consideram tolice e ignorância do que é mais conveniente conhecer para que se viva corretamente.” [Vida de Demétrio I, 4-5]
Tais virtudes nos
remetem ao dito por Platão em “A República”,
quando culpa os sofistas pelo ensino de atos injustos, propondo a Gláucon que
discurse em favor das quatro virtudes essenciais:
“a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça. – Estás a falar sem sentido – disse Gláucon. – Pois prometeste que tu é que havias de investigar a título de que não seria piedoso, da tua parte, não socorrer a justiça com toda a tua capacidade. – Lembras uma coisa que é verdadeira, e assim se deve fazer, mas é preciso que vós ajudeis.
– Assim faremos.
– Espero, por conseguinte – prossegui eu –, descobri‑lo deste modo. Creio que a nossa cidade, se de fato foi bem fundada, é totalmente boa.
– É forçoso que sim.
– É, portanto, evidente que é sábia, corajosa, temperante e justa.”
[A República, 427d-e2]
Destacamos que Platão usa a palavra sábia que nos remete à
sabedoria, um conceito deixado de lado por Frazier, que, como vimos, reduz
o número de virtudes essenciais na obra plutarquiana a quatro. No entanto,
percebemos que são cinco, visto que, em seu tratado “Das virtudes morais”, 443E, Plutarco afirma que a sabedoria é
uma virtude imprescindível ao caráter de um indivíduo. Em um primeiro momento,
poderíamos supor que a noção de sabedoria tenha a mesma correspondência à de
inteligência em Plutarco. No entanto, não podemos inferir que inteligência
assuma o mesmo grau de significância de sabedoria, pois não há correlação entre
elas, uma vez que Plutarco continua seu raciocínio com a seguinte afirmação:
“A inteligência difere da sabedoria na medida em que esta é da contemplação para a ação, e a inteligência, sob a razão, submete a emoção porque é algo habitual e duradouro. Por isso, a inteligência necessita da sorte e a sabedoria não necessita de um fim natural nem de uma vontade.”
[Das virtudes morais, 443E-F]
Embora tenhamos
visto que os valores platônicos estão relacionados à constituição de uma
cidade, notamos que Plutarco os transfere para o indivíduo, algo muito comum em
suas argumentações, tal como percebemos neste passo:
“Platão afirma que uma cidade é feliz e rica enquanto nela o mínimo se ouve dizer: “isso é meu, isso não é meu”, por isso os cidadãos, sobretudo, utilizam as coisas dignas de atenção como se fossem para um só. E é muito mais preciso que tal expressão seja retirada do casamento. [...] Pois também a natureza nos une pelos corpos para que, após tomar e misturar uma parte de cada um deles, retribua um filho para ambos, de modo que nenhum dos dois distingue nem separa o que é seu ou do outro. Então, essa comunhão de bens convém mais aos que são casados.
[Preceitos conjugais, 140D-F]
A relação entre as
virtudes citadinas e as humanas estabelecidas por Plutarco revela sua visão de
que o indivíduo é uma parte de um todo chamado cidade, que não há distinção
entre eles. Noção que novamente liga nosso autor à filosofia de Platão, como
podemos ver no trecho a seguir:
“Assim, portanto, um homem toma outro para uma necessidade, e outro ainda para outra, e, como precisam de muita coisa, reúnem numa só habitação companheiros e ajudantes. A essa associação pusemos o nome de cidade.”[A República, 369a]
Plutarco alinha‑se
ao filósofo ateniense nas discussões sobre como distinguir os poetas
detratores, a importância das cores em um quadro, princípios sobre a concessão
divina, as realidades divinas e cósmicas, e sobre a moral. As obras platônicas
mais importantes em seus tratados são “A
República” e “As Leis”.
A escola de Platão sustentou‑se durante
muitos séculos como um dos grandes centros de discussão filosófica e
científica das sociedades do mediterrâneo antigo. O prestígio de sua Academia
manteve‑se até o fim do primeiro século de nossa era, época em que ainda se
podiam notar alguns poucos alunos romanos nas escolas de Atenas [in Rawson,
1985, p.78]. Nesse período, em 67 d.C., o jovem Plutarco deixa sua cidade natal
em direção a Atenas, onde estuda as lições do mestre Amônio. O mestre de
Plutarco nasceu no Egito e era reconhecido em Atenas como um discípulo ardoroso
do pensamento filosófico de Platão [Flacelière & Irigoin, 1987, p.xiv]. A
contribuição da filosofia platônica na composição da obra plutarquiana também
foi estudada por Froidefond, que enumera as principais influências do
pensamento de Platão na escrita de Plutarco, mas a principal é a sua
preferência pela filosofia moral de Platão [in Froidefond, 1987, p.185].
Dos tratados que
chegaram até nós, “Da educação das crianças” é o
único que trata da educação do período greco‑romano desde a infância até a
adolescência. Como demonstra Ampolo, em Plutarco, há um discurso voltado para a
educação das crianças nas suas várias etapas, que é perceptível nas biografias
[in Ampolo, 2002, p.281]. Portanto, o único escrito de que dispomos sobre
preceitos pedagógicos de como educar as crianças.
“Da educação das
crianças” é o tratado de Plutarco mais reproduzido em toda a Europa desde a sua
primeira tradução para o latim, em 1410, realizada por Guarino Veronesi, que
foi publicada somente em 1471[in Sirinelli, 1951, p.3]. Na Alemanha, há a
tradução de Erasmo de Roterdã, datada de 1580. Também é um tratado de Plutarco
considerado apócrifo pelos estudiosos. Muitos concordam que esse tratado
resulta de escritos recolhidos por um aluno, pois Plutarco proferiu palestras e
ministrou lições de filosofia em Roma.
Apesar de não ter sido escrito pelo autor,
como concluiu Ziegler, Da educação das crianças foi um tratado bastante
lido à época bizantina, dado que se verifica pelos quarenta e nove manuscritos
transmitidos por copistas da época. Contudo, foi somente no século XVI que o
exegeta Mureto colocou em questão a autenticidade da obra e somente no século
XIX foi aceita a teoria de Wyttembarch sobre o texto ser proveniente de
anotações de um de seus alunos. [in Ziegler, cols.6457658]
Pinheiro assim sintetiza os argumentos mais
citados pelos estudiosos desde então:
a) à semelhança dos textos de Plutarco
contém um conjunto vasto de citações e alusões, mas elas parecem ser
encaixadas no texto de forma pouco natural;
b) não faz referência a Píndaro e a
Menandro, dois dos autores mais citados nas Obras Morais;
c) usa mais a conjunção final ἵνα do que ὡς e ὅπως;
d) utiliza com
frequência a primeira pessoa do singular (1A, 4E, 5C, 6B e E, 7A e B, 8E, 10B,
D e E, 11A, C e D, 12A e F, 13C, 14A), ao contrário do que acontece nos
tratados restantes, em que Plutarco usa, geralmente, a primeira pessoa do
plural ou a forma impessoal [in Pinheiro, 2008, p.10].
A nosso ver, um
traço marcante de que esse tratado resulta das reflexões plutarquianas está no
fato de Plutarco afirmar que Platão possui uma reputação memorável (Da
educação das crianças 2C) e ainda se referir ao filósofo como alguém
enviado pelos deuses (2E). Com tais afirmações, o autor confere autoridade
inconteste às ideias de Platão e justifica sua filiação filosófica à escola
platônica, tal como na maioria dos seus tratados. Convém lembrar ainda que, no
quinto livro de “A República”,
Platão demonstra sua preocupação com a procriação e a educação das crianças,
vistas como futuras cidadãs, e que Plutarco igualmente se debruça sobre esse
tema e prescreve ensinamentos voltados para a concepção e a educação de uma
criança.
Em “Da educação das crianças”, Plutarco
inicialmente versa sobre a concepção das crianças e explica por que os pais devem
escolher as melhores companheiras:
"Talvez seja melhor começar primeiro pela geração. Então, aos pais que desejam gerar filhos honrados, eu próprio aconselharia a não coabitarem com mulheres casuais, digo, por exemplo, com cortesãs ou concubinas; pois, aos nascidos desse tipo de mãe ou pai, há indeléveis censuras por sua origem vulgar que os acompanham por toda sua vida, também são vulneráveis aos que querem acusá‑los e insultá‑los." [Da educação das crianças, 1A-B]
A partir dessa
prescrição plutarquiana, podemos inferir que uma educação bem‑sucedida não
depende apenas de sua qualidade, mas também necessita de uma criança que tenha
uma boa origem familiar. Não por acaso, Plutarco relata a origem de suas
personagens nas suas biografias dos homens ilustres, bem como avalia muitas de
suas ações com base nela. Sob essa perspectiva da boa geração, o autor afirma:
“Pode ser que o que eu tenha a lhes dizer nem tenha sido notado por nossos antecessores. O que é, então? Que convém aos que têm relações sexuais com mulheres pela geração, fazer a cópula, ou quando estiverem completamente sem vinho, ou bebido com moderação. Amantes de vinhos e ébrios amam sê‑los porque no início de sua geração seus pais os conceberam na embriaguez.” [Da educação das crianças, 1F-2A]
Notamos, então, que
Plutarco escreve de forma prescritiva e didática, tal postura se explica por
sua intenção de instruir os pais sobre como gerar e educar seus filhos. O fim
maior de nosso autor é ensinar os pais a formar o caráter de seus filhos, a
fim de conduzi‑los ao caminho da virtude. No entanto, boa origem e bons
professores não garantem ainda a boa formação das crianças; para alcançar a
virtude, é necessária a convergência de três elementos: natureza, razão e
costume (2A), que Plutarco assim define:
“Chamo razão o aprendizado e o costume o exercício. São os princípios da natureza: a evolução pela instrução, o proveito pelo cuidado e a excelência por esses todos. [...] A natureza sem estudo é cega, a lição sem a natureza é insuficiente e o exercício sem ambos é incompleto.” [Da educação das crianças, 2A-B]
Portanto, para
Plutarco, a educação de uma criança é um processo, um ato contínuo que requer a
dedicação do aprendiz. A boa origem, que está relacionada à natureza, é apenas
um indicativo de que a educação encontrará um terreno fértil em que o semeador
encontrará as condições ideais para o seu cultivo. No entanto, como na
agricultura, é preciso que o semeador esteja atento aos afazeres necessários
para que essa semente se desenvolva e passe a dar bons frutos. Assim, o autor
argumenta: “A terra é boa por natureza; mas, se descuidada, é improdutiva e
arruinada” (2D).
O mais interessante
é perceber que Plutarco não valoriza apenas a educação formal como algo
crucial para a formação do caráter da criança, o laço afetivo entre a mãe e o
filho revela‑se fundamental nesse processo:
“As próprias mães devem alimentar seus filhos e que os amamentem; elas os alimentarão do modo mais compassivo e atencioso, como se do íntimo, como se diz, desde as unhas, amassem seus filhos. As amas de leite e as amas têm falsa e fingida benevolência, porque gostam do salário.” [Da educação das crianças, 3C]
A amamentação é
vista como um momento em que a criança se afeiçoa à mãe, que, além de estreitar
seus laços afetivos, evita a influência das amas de leite e das amas sobre o
filho, tal como vemos em seu tratado “Do amor aos filhos”. Desse modo, Plutarco
revela que a afetividade também é um elemento importante na educação das crianças,
uma vez que elas irão ouvir os conselhos de seus pais porque gostam deles; caso
contrário, darão ouvidos aos que fingem afeição por interesse.
Outro aspecto
ressaltado pelo autor é a questão de como se deve conduzir a educação das
crianças desde o seu nascimento até a chegada à primeira infância, ou seja, aos
sete anos de idade. Assim, Plutarco orienta o leitor a respeito dos métodos
educativos que devem ser seguidos para a formação dos filhos após os sete anos
de idade, sempre com o intuito de conduzi‑los para o caminho da virtude. Para o
autor, o primeiro dever dos pais é selecionar um bom mestre para que seus
filhos aprendam corretamente a arte retórica, a filosofia e a prática de
exercícios físicos, entre outros, pois é preciso cuidar de seu físico, raciocínio,
práticas e costumes; por tudo isso, o cuidado na seleção de seus educadores.
E a maior de todas
e a mais capital entre as coisas ditas, eu vou revelar:
“devem procurar como professores para seus filhos os que são irrepreensíveis por seu modo de vida, inatacáveis por seus hábitos e os melhores pelas suas experiências. Fonte e raiz da conduta honesta é a educação legítima.” [Da educação das crianças, 4B-C]
Os professores
também exercem um papel fundamental na educação das crianças, pois são responsáveis
pelos ensinamentos que as acompanharão para o resto da vida, que moldarão
parte de seu caráter. Afirmamos “parte” porque Plutarco também responsabiliza
os pais, não apenas na questão afetiva, como vimos, mas também na escolha dos
professores. A educação das crianças é fundamental para a formação de um adulto
virtuoso, razão pela qual os pais devem estar atentos desde a sua concepção. A
participação dos pais na educação dos filhos é tão importante quanto à de seus
mestres e professores, que estão relacionados à razão, visto que eles são os
encarregados de desenvolver o aprendizado.
Já o costume
depende do esforço individual, dado que ele resulta do exercício, ou seja, da
prática das lições recebidas.
Convém lembrar que
nosso autor está preocupado com a formação das crianças por serem elas os
futuros cidadãos que governarão a cidade, no caso de sua época, o Império ou as
províncias. Plutarco demonstra, assim, a natureza prescritiva de seu tratado,
dado que ele mesmo reconhece, visto que trata a boa educação como um
aprendizado para a virtude e, por conseguinte, para a felicidade:
“Resumindo, eu digo (certamente, posso parecer profetizar mais do que aconselhar) que é essencial que eles tenham um princípio, meio e fim, uma instrução séria e uma educação tradicional, e digo que essas são condutoras e confluentes para a virtude e a felicidade.” [Da educação das crianças, 5C]
Vemos, então, que Plutarco acredita na
eficiência de suas instruções, tratando‑as subliminarmente como se fossem predições
que, se seguidas por pais, professores e crianças, trarão benefícios a todos. A
educação é a principal premissa para que as crianças trilhem o caminho da
virtude, para que sejam felizes, uma vez que comporão uma cidade. Entendemos
que Plutarco ironiza o fato de seus conselhos serem dados com um tom de vate,
pois não podemos esquecer que nosso autor foi sacerdote de Apolo em Delfos,
donde concluímos que sua linguagem argumentativa tem um conteúdo vaticinador.
Convém lembrar, como vimos no início, que
Plutarco trata Platão como alguém enviado pelos deuses, e que o filósofo serve
de inspiração para seus preceitos pedagógicos, por essa razão suas palavras
também têm um conteúdo divino, um quê de profético. melhor, pois serão cidadãos virtuosos.
Outro dado interessante é que o autor prescreve uma educação continuada, que
se inicia na infância e se estende até a adolescência; mas o aprendizado da
filosofia deve ser iniciado na adolescência e se estender até a fase adulta.
A atualidade das
questões levantadas por Plutarco torna “Da
educação das crianças” uma leitura aprazível, que desperta
reflexões sobre os preceitos educacionais de nosso tempo e igualmente nos leva
ao entendimento de questões morais que permeiam o nosso imaginário.
Referências
Maria Aparecida de Oliveira Silva
Pesquisadora
e Professora Orientadora do Grupo Heródoto/Unifesp. Professora Orientadora
Ad-hoc do PPGH/UnB. Líder do Grupo CNPq LABHAN/UFPI. Pesquisadora do Grupo CNPq
Linceu/Unesp-Araraquara. Pesquisadora do Grupo Retórica, Texto y Comunicación
da Universidad de Cádiz.
Edições e traduções
PLATÃO. A
República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1993.
PLUTARCH.
Advice to bride and
groom. Moralia. vol. II. Translated by Frank Cole Babbitt.
Cambridge/Massachusetts/London: Harvard University Press, 2003.
________. How the young man should
study poetry. Moralia. vol. I. Translated by Frank Cole Babbitt.
Cambridge/Massachusetts/London: Harvard University Press, 2005.
________. Life of Demetrius. Lives. vol.
IX. Translated by Bernadotte Perrin. Cambridge/Massachusetts/London: Harvard
University Press, 2005.
________. On moral virtue. Moralia.
vol. VI. Translated by William C. Hembold. Cambridge/Massachusetts/London:
Harvard University Press, 1978.
PLUTARCO.
Da educação das crianças. Tradução, introdução e notas de Maria
Aparecida de Oliveira Silva. São Paulo: Edipro, 2015.
PLUTARCO.
Da educação das crianças. Tradução do grego, introdução e notas de
Joaquim Pinheiro. Coimbra: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, 2008.
PLUTARCO.
Do amor aos filhos. Tradução, introdução e notas de Maria Aparecida de
Oliveira Silva. São Paulo: Edipro, 2015.
Livros e artigos
AMPOLO,
Carmine. La paideia degli eroi fondatori – l’educazione e la giovinezza nelle
vite di Teseo e di Romolo. In: José Ribeiro Ferreira (coord.) Atas do
Congresso Plutarco Educador da Europa, 11 e 12 de novembro de 1999.
Coimbra: Fundação Eng. António de Almeida, 2002, pp. 281-292.
FLACELIÈRE,
Robert; IRIGON, Jean. Introduction générale. In: Plutarque: ouvres morales.
Tome I, 1re partie. Paris: Belles Letres, 1987, p. VII-CCCXIX.
FRAZIER, Françoise. Histoire et morale dans les vies parallèles
de Plutarque. Paris: Les Belles Lettres, 1996.
FROIDEFOND, C. Plutarque et platonisme. ANRW,
Band. 36.1, pp. 185-233, 1987.
RAWSON, Elisabeth. Intellectual life
in the late Roman Republic. London: Duckworth, 1985.
SIRINELLI, Jean. Notice. In: Plutarque:
ouvres morales – De l’education des enfants. Tome I. Paris: Belles
Lettres, 1987, pp. 3-33.
ZIEGLER, Konrat.
Plutarchos von Chaironeia. Paulys Real‑Encyclopädie der Classischen
Altertumswissenschaft. Stuttgart: Verlag,
1951, cols. 636-962.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Maria,
ResponderExcluirPlutarco foi influenciado por Platão, no que se refere ao ofício dos poetas artistas e também na educação do homem para vida política, ou seja, a vida na polis. Seu interesse se voltava mais para as questões morais e educação. Como essa influência ajudou a forjar a educação romana, que aspectos principais do platonismo e outras escolas filosóficas influenciadas pelo pensamento de Sócrates, como estoicismo podemos encontrar na educação do homem romano?
Fernando Müller
OI, Fernando
ResponderExcluirHá outros pensadores latinos que entram nesta composição como Cícero,Sêneca, Quintiliano. A influência não é tão direta como você imagina. Há de se considerar ainda Aristóteles e toda a escola filosófica helenística. Plutarco pensa sob a perspectiva da paideia grega ser a melhor, mas isso não espelha o pensamento romano como um todo.
Maria Aparecida de Oliveira Silva
Olá Maria, obrigada pelo trabalho.
ResponderExcluirDentre as influências observadas em Plutarco, sem dúvida Platão representa a mais fundamental. Com relação aos valores das escolas platônica e plutarquiana, algo me parece muito convergente. As virtudes buscadas nos diálogos de Platão se dirigem notoriamente a cidade, para que a partir de então se aplique aos indivíduos. Enquanto em Plutarco embora pareça ser o contrário, assemelha-se na máxima: "o indivíduo é uma parte do todo chamado cidade". Então, a concepção de Plutarco seria uma reinterpretação ou complementaridade dos princípios platônicos?
Obrigada. Julie dos Reis
Olá, Julie, obrigada pela pergunta.
ResponderExcluirSem dúvida, trata-se de uma reinterpretação. É muito comum pensar Plutarco como apenas um transmissor das ideias platônicas, mas um estudo mais aprofundado demonstra que Plutarco expressa ideias próprias. Demonstrei isso ainda na minha tradução de Diálogo do Amor, onde Plutarco segue Platão e apresenta outra visão do casamento e o papel de Eros.
Maria Aparecida de Oliveira Silva
Olá, Maria.
ResponderExcluirDesde já, parabenizo-lhe pelo texto. De fato, as obras da Antiguidade nos servem como fonte para entender o contexto histórico e social ao qual estão inseridas.
Além disso, revelam questões discutidas até mesmo em nossa atualidade.
Nesse quesito, até que ponto a leitura “Da educação das crianças” pode nos proporcionar uma reflexão da educação brasileira atual de maneira geral?
Márcio Vitor Santos
Olá, Márcio.
ExcluirMuito obrigada por sua parabenização. A atualidade do debate proposto por Plutarco, isso desde Platão e Aristóteles, está no fato de trazer à discussão a inserção da música, da filosofia, das letras e da ginástica como elementos imprescindíveis à boa formação de um cidadão. Esta noção última é a que mais necessitamos aprender: como ser um cidadão, como exercer sua cidadania, como somos responsáveis pelos acontecimentos de nosso tempo. Em razão disso, pensar a educação como um bem não somente individual mas também coletivo.
Maria Aparecida de Oliveira Silva
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluir